
Denise Mazzone com sua filha, Victoria, apostando no crescimento proporcionado pelo Seminário – foto de Marcos Linhares
Marcos Linhares
da Agência Dance Brasil –
Se tivéssemos que escolher uma palavra que pudesse transmitir o papel de uma mãe de bailarina, estaríamos com um sério problema. Afinal, como adjetivar alguém que alarga ainda mais seu amor, pelo amor dos rebentos? São horas sentadas ou em pé, carregando kit primeiros socorros, cuidando de acessórios, de horários, incentivando, sorrindo e chorando, ganhando e perdendo lado a lado. Essas guerreiras, pacientes, resistentes, multi-funcionais, apaziguadoras e sensíveis mães (avisei que a lista é longa) fazem qualquer coisa para que o fruto de anos de esforços possam um dia, ser reconhecidos.
Pensando em todo esse esforço, nessa luz divina que irradia e contagia aos membros do Seminário, inciamos hoje uma série de entrevistas com mães de alunas que participarão da 23a. edição do Seminário Internacional de Dança de Brasília.
Abrimos os trabalhos com Denise Mazzone, de São Paulo (capital) , cuja filha, Victoria (14), estuda no Estúdio de Dança Adriana Soares e volta para participar pela segunda vez consecutiva do evento.
Encontramos as duas, Denise (sentada e apreensiva) e Victoria ( em pé, em pleno aquecimento) na Sala de Orquestra do Teatro Nacional Claudio Santoro, por ocasião da Audição de escolha dos integrantes da companhia temporária oficial do Seminário Internacional de Dança de Brasília, criada anualmente para os espetáculos do Seminário, chamada de Dance 2000 Cia. de Dança. Como maior desafio, os escolhidos farão parte da Gala de Encerramento do evento, que neste ano apresentará a versão completa de O Lago dos Cisnes,ou seja, em 4 atos.
Denise recorda que a filha ganhou medalha de bronze no evento, tendo sido a bailarina mais jovem do Seminário, no ano passado. Este ano, ela se preparou muito, segundo a mãe. “Ela ganhou uma bolsa para ir para Miami, mas preferiu vir ao Seminário. Ela disse que ela tem muito mais a ganhar e a aprender em Brasília”, confessa a mãe orgulhosa.
Preparação
A mãe explicou que Victória faz aula de segunda a sábado, a tarde inteira, numa preparação árdua e necessária. Afinal, ressalta, bailarina precisa de muita disciplina, dedicação e esforço.”Ela me disse, eu vou, eu vou, eu vou. Por isso, ela chega por volta das 21h em casa, vai dormir depois da meia-noite, e às 6h já está de pé para ir à escola. Olha, eu tiro o chapéu. Vida de bailarina não é fácil”, afirma.
A vinda para Brasília
Denise afirma que mãe de bailarina desempenha vários papéis: Mãe turista, patrocinadora… “Vivo em função dela. Para ter uma ideia, chegamos no dia 23 de junho e só voltaremos dia 29 de julho. Abri mão de tudo, o marido ficou em São Paulo, mas vale a pena. É o sonho dela e isso não tem preço”, fala com os olhos brilhando refletindo os sonhos da filha.
Evento singular
Ela também explica que a filha faz balé desde os três anos de idade e que já participaram de vários eventos por toda a parte, mas nada se compara com o Seminário. “Victória não troca o Seminário por outros eventos. Eles podem até ter um pouco mais de glamour mas o que essas meninas precisam é de aulas. Quanto mais aulas melhor para o desenvolvimento delas. Independente de qualquer premiação, o que minha filha quer mais é crescimento. E aqui é o lugar ideal para isso”, alega.
Professores
Quanto ao corpo docente do evento, Denise aprova a variedade e qualidade do grupo. “Ano passado, minha filha se identificou com os professores. Por serem de vários países, são experiências diferentes. Temos professores e professoras, de áreas distintas, o que enriquece muito o aprendizado”, revela.
O Lago dos Cisnes
Quando soube que se a filha fosse aprovada na audição, teria a oportunidade de estar no mesmo palco com os primeiros bailarinos do Theatro Municipal do Rio, Marcia Jacqueline e Denis Vieira, Denise Mazzone ficou eufórica. “Quando ela souber disso, vai ter um troço. E ainda teremos a Orquestra de Brasília! O engraçado é que eu fico mais nervosa que ela”, diverte-se.
Denise finaliza analisando a atuação da coordenação do evento.”Agradeço a Gisèle Santoro pela oportunidade de termos um evento nesses moldes e com tantas oportunidades. Aqui temos uma experiência única e independente do resultado, sempre sairemos daqui de cabeça erguida”, finaliza.
Em tempo, Victória foi uma das escolhidas da Audição. Imagine o sorriso da mãe. Não cabia na sala nem em Brasília, mas em algum lugar que só uma mãe pode descrever.
Este é um evento da Secretaria de Estado da Cultura do Distrito Federal em parceria com a Associação Cultural Claudio Santoro.
Este evento faz parte do programa DANCE BRASIL.
Para reproduzir as matérias basta somente dar crédito à Agência Dance Brasil
Parabens a minha prima Vivi pelo esforco, e a minha Tia querida pelo apoio a filha. Estamos orgulhosos, beijos
Um tema mais do que merecido a estas mães maravilhosas!!